quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Cidadão Kane

este texto faz parte da série Lendo as Imagens do Cinema publicado neste blog

O grande filme do garoto prodígio Orson Welles, o jovem que se destacava em Nova York por suas adaptações de textos clássicos para o teatro e para a rádio (como a famosa transmissão de "Guerra dos Mundos" de H. G. Wells). Foi contratado pela RKO com um contrato invejável que lhe dava carta branca. O até então megalomaníaco diretor de teatro tinha agora liberdade e orçamento para fazer o filme que quisesse. E foi assim que nasceu "Cidadão Kane", o filme perfeito.
"Cidadão Kane" começa com uma cena simples, onde os detalhes que são apresentados contam toda a história que virá a seguir.
Aos pouco avançamos as grades da propriedade do magnata da comunicação Charles Foster Kane (Welles). Uma vez dentro da propriedade vemos o castelo de diferentes posições, mas algo permanece no mesmo lugar, a janela do quarto de Kane. Mas é antes de entrarmos no quarto que Welles mostra o que realmente quer com esta abertura. Ele corta para a neve de dentro do globo que quebrará após a morte do empresário.
A análise:
Aos poucos, durante toda a película, entramos na vida de Charles Kane (daí aos poucos passarmos pelas grades que cercam a propriedade) e conhecemos a vida deste personagem marcante. Mas será o que dizem sobre Kane está certo? Afinal de contas, cada um conta a vida do indivíduo a partir de sua convivência com ele. Cada um dará sua versão de quem foi Charles Foster Kane (a visão do castelo com a janela sempre na mesma posição são os diferentes pontos de vista sobre um mesmo aspecto, uma mesma figura).
Por isso, antes de entrarmos no quarto onde Kane morrerá, Welles corta e mostra a neve dentro do globo de vidro. A partir deste momento o cineasta munido de seu super-olho irá mostrar o que mais ninguém poderá ver e desvendar o segredo de Rosebud.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Lendo as imagens do cinema

Em breve será iniciada neste blog a série "lendo as imagens do cinema".
Cada indivíduo possui uma maneira única de ler e analisar cada imagem de um filme, de acordo com sua subjetividade. A minha maneira de ler determinados clássicos será exposta aqui, a partir de uma breve análise de cenas isoladas dos filmes selecionados.
Quero deixar claro que esta é a minha maneira particular de ler um filme, que pode não estar de acordo com a maioria (assim como uma crítica feita por um crítico).
Meu intuito ao fazer isso é de unicamente apresentar aos interessados em cinema o que se pode ser feito com um filme, e que cada detalhe, por mais ínfimo que pareça, foi pensado por um cineasta (ou por uma coletividade) para ser apresentado daquela maneira de acordo com uma ideia. Claro que esta ideia pode surgir de maneira diferente na mente do espectador. Aqui é simplesmente para que os espectadores tenham uma visão mais ampla de um filme e passem a indagar não somente a trama, mas também os artifícios de filmagem.
Tive pela primeira vez este confronto com a "leitura das imagens do cinema" com um livro do Michel Marie e Laurent Jullier chamado "Lendo as Imagens do Cinema", onde eles apresentam quadro a quadro determinadas cenas de alguns filmes e fazem um esboço daquilo que seria pretendido ali.

domingo, 27 de janeiro de 2013

retorno

As pessoas evoluem bastante. Mudam sua forma de pensar e agir. Comecei a escrever neste blog alguns anos atrás sem possuir muitos conhecimentos sobre aquilo que amava e amo: o cinema. Foi movido por esta paixão que escrevi diversos textos, resenhas, críticas e até mesmo contei um pouco da história do cinema. Hoje, um pouco mais amadurecido, mas ainda bastante jovem, sei que escreverei coisas das quais poderei me arrepender mais tarde, mas que valerá para exercício. Vou deixar as postagens mais antigas para que os futuros leitores deste blog possam ver a diferença que o tempo exerce sobre a mente de um jovem que possui a sede de conhecer e se ser arrebatado pelas belezas que a vida proporciona. E muitas destas belezas ele somente poderá encontrar numa tela de cinema.

Acima a famosa fotografia de Serguei Eisenstein, cineasta responsável por amadurecer a forma com que as pessoas faziam e viam o cinema.