sexta-feira, 25 de março de 2011

História do Cinema Brasileiro Parte 1 - 1885 - 1915

por: Yves São Paulo

28 de dezembro de 1895, França, data da primeira seção de cinema da história. Em pouco tempo a sétima arte atravessou o Atlântico e desembarcou em terras brasileiras (não se tem certeza quem a trouxe) para que a primeira seção fosse realizada no dia 8 de julho de 1896. O jornais da época festejaram a novidade fazendo com que milhares de pessoas fossem conferir o que tinha de mais novo no Brasil.
Assim o cinema alcançou o sucesso que não viria a alcançar depois de um longo tempo. No inicio apenas as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro possuíam salas de exibição, e seus donos eram os responsáveis pelo conteúdo do que era exibido, ou seja, os primeiros cineastas nacionais eram os donos das salas onde os filmes eram exibidos. Mas logo outras pessoas trataram de entrar no negócio e formaram as primeiras produtoras cinematográficas do país. As películas estrangeiras eram renegadas pelo público que preferia ver o que eram feito
por pessoas da terra.
O Brasil é um dos países que disputa a posição de dono do primeiro longa-metragem filmado com o filme paulista "Os Estranguladores" de 1906. Mas logo o negócio escapuliu por entre os dedos e empresas norte-americanas compraram os cinemas nacionais. Foi o começo da queda do cinema nacional, quando os filmes feitos em Hollywood passaram a ser exibidos nos cinemas no lugar dos filmes nacionais, fazendo com que os espectadores se acostumassem e passassem a renegar o conteúdo nacional. O que se viu depois deste fato (ocorrido em meados de 1915) foi uma batalha dos cineastas locais por um pouco de espaço para conseguir fazer um cinema brasileiro de qualidade.

fonte: introdução ao cinema brasileiro de Alex Viany

domingo, 13 de março de 2011

A Montagem no Cinema Clássico de Hollywood

por: Yves São Paulo

Os filmes produzidos em Hollywood em sua época de ouro possuem algo em comum, a sua
montagem. Que fique claro que o cinema clássico de Hollywood vai até meados de 1965 quando os grandes diretores já não conseguiam emplacar grandes sucessos como em tempos passados*. No cinema clássico as histórias eram, em geral, narradas de forma linear, quando isso não acontecia era pelo fato de a película ser narrada através de flashbacks, como no maravilhoso "Cidadão Kane" de Orson Welles (citizen kane, 1941), onde a história começa com o falecimento de Charles Foster Kane, magnata da indústria jornalística que antes de morrer fala uma palavra que dá inicio à uma correria de repórteres de um jornal cinematográfico para descobrir o que ela significa, desta forma eles vão até personagens que passaram pela vida do empresário e viajamos em suas memórias.
O artifício utilizado por Welles em sua obra prima é, ainda hoje, muito copiada. Junto com "Cidadão Kane" outra obra do cinema clássico hollywoodiano que inovou em sua maneira de montar foi "Crepúsculo dos Deuses" de Billy Wilder (sunset boulebard, 1950), mais um filme onde começamos pelo personagem principal morto, mas desta vez viajamos pelas memórias do
falecido até o ponto em que o encontramos boiando na piscina. Fora isso o filme corre linear, sem mais nenhuma ousadia de seu autor.
A terceira obra a ser citada também tem o seu começo marcada com a morte de seu protagonista, "Lawrence da Arábia" de David Lean (Lawrence of arabia, 1962) onde vemos a sua morte por um acidente de moto e vamos direto para o seu funeral onde os presentes se perguntam quem ele foi, e como se respondesse a pergunta dos personagens o diretor retorna para os fatos acontecidos anteriormente ao acidente de moto.
As três obras tem em comum a morte do personagem no inicio da história, e todos os três filmes se tornaram clássicos. Talvez os dois últimos não tivessem esta estrutura se não fosse pela ousadia do então jovem diretor que resolveu renovar e criar um filme bem diferente da maioria das outras películas que circulavam naqueles tempos. Ainda hoje não é comum encontrar filmes estruturados em uma linha não linear, mas é mais fácil de encontrá-los do que na época em questão.
A facilidade para o espectador que vai ao cinema se divertir é sempre levada em conta, já que uma montagem que não possui a famosa linha começo, meio e fim leva sempre um tempo para ser entendida, já que o autor quer que o espectador fique a discutir o assunto abordado, ou que a película fique viva na mente daquele que assistiu durante um longo tempo.

*ler "Easy Riders, Raging Bulls, como a geração sexo, drogas e rock n roll salvou Hollywood"