sexta-feira, 30 de abril de 2010

30 anos sem sustos

por: Yves São Paulo

Há trinta anos morria Alfred Hitchcock, um dos maiores cineastas da história do cinema. Todo bom cinéfilo, conhece alguns filmes de Hitchcock, talvez seja um dos únicos cineastas que possui uma cena que pelo menos 70% do planeta conheça, a famosa cena do chuveiro do eterno "Psicose" (Psycho, 1960). Mas para quem realmente conhece a arte lembra de alguma sequência que faz o cinema uma arte diferente das outras, tornando-a a mais popular do mundo. E é neste ponto que sir Alfred Hitchcock se diferencia da maioria, sabia fazer filmes artísticos e que ao mesmo tempo levava multidões aos cinemas.


Você, leitor, que está lendo agora este texto muito provavelmente conhece o filme "Os Pássaros" (the birds, 1963) com aqueles infernais pássaros que atacam a todos sem motivo aparente, ou "Janela Indiscreta" (rear window, 1954) e o memorável James Stewart no papel do fotografo que passa a espionar os vizinhos já que não pode sair de casa, ou "Festim Diabólico" (rope, 1948) uma peça teatral na tela de cinema, coisa que nenhum outro cineasta ousou fazer. O que dizer então de "Rebecca a mulher inesquecível"(Rebecca , 1940) primeiro filme que Hitchcock fez nos EUA e foi logo prêmiado com o Oscar de melhor filme.


Seus trabalhos eram tão bons que ele chegou até a fazer a re-gravação de um filme seu "O homem que sabia demais" (the man qho knew too much, 1955) novamente com o James Stewart. Fez um filme que se fosse passado para qualquer conhecedor da sétima arte não diria que é de Hitchcock, o nome desta obra é: "O terceiro tiro"(the trouble with Harry, 1955) produção que possui o seu lado cômico. O que dizer então de "Um corpo que cai" (vertigo, 1958) mais um filme com James Stewart e que é um dos melhores da carreira do cineasta e da história do cinema. Chegamos então na década de vinte para visitar um filme mudo do diretor inglês, "O inquilino" (the lodger, 1927) sobre um assassino em serie que aterrorizava Londres. "Chantagem e confissão"(blackmail, 1929) foi primeiro filme sonoro da Inglaterra, ninguém melhor para fazer este filme que o mestre do suspense.


Não vou citar todos os filmes deste gênio da sétima arte aqui (são mais de cinquenta produções), então termino este texto aqui com a afirmação de que depois de Alfred Hitchcock nenhum susto foi realmente assustador.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Sexta Cinematográfica: Um Crime na Rua

por: Yves São Paulo

Desta vez a sexta cinematográfica não tem video. O filme que aqui é citado, provavelmente, não existe mais, e se existe deve estar apodrecendo em algum porão úmido. Este filme é um curta-metragem que não é conhecido por muitos. Talvez seja o primeiro filme feito no interior da Bahia.
Como conseguiram fazer este filme? Segundo relatos, Olney São Paulo, diretor deste filme, de dois longas-metragens e diversos curtas-metragens, falecido em 1978, e um grupo de amigos conseguiram uma câmera de 16mm e foram fazer o filme. Escreveram o roteiro e o filmaram na ordem da história, já que eles não tinham como editar o filme.
Com o filme pronto foi apenas exibi-lo em clubes da cidade em que foi gravado Feira de Santana, e em diversas outras cidades no interior da Bahia. O filme foi feito entre os anos de 1955 e 1957 e tem dez minutos.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Preto e Branco, Cor e 3D

por: Yves São Paulo

O Preto e Branco
No inicio, como todos sabem, os filmes eram em preto e branco. Não eram vinte e quatro fotos por segundo como muitos crêem que era, já que o filme era movido manualmente por uma especie de manivela (isso pode ser visto no filme King Kong de Peter Jackson que fez questão de reproduzir a câmera), só depois de algum tempo que os famosos 24 quadros por segundo se tornaram um padrão para filmagem e exibição. Foi com o cinema em preto e branco que algumas das mais importantes introduções cinematográfcas foram colocadas, como o som e é em preto e branco que foram feitas algumas das obras mais importantes da história da sétima arte, como por exemplo: "Cidadão Kane" e "Encouraçado Potemkin".
Foi com estas duas cores que algumas das maiores personalidades do mundo da arte em movimento apareceram como: os próprios Orson Welles, Serguei Eisenstein,(diretores dos filmes acima citados como exemplo) Charles Chaplin e diversos outros grandes personagens.

Cor
A maioria dos filmes que conhecemos são em cores, mas no inicio eram, em sua maioria, filmes para crianças como: "O Mágico de Oz", "Branca de Neve e os Sete Anões". A prática de filmes coloridos começou a se popularizar na década de 1950 quando foram feitos belos filmes como: "Cantando na Chuva", "Sinfonia em Paris" e "Alice no País das Maravilhas". Apesar de "E O Vento Levou" ter feito um enorme sucesso não conseguiu levar muitos produtores a quererem fazer filme coloridos, o que deveria ter um enorme custo como hoje tem o 3D. Os filmes coloridos fizeram sucesso pelo fato de serem simples de serem assistidos, mais aceitáveis aos olhos, já que nós enxergamos tudo com diversas cores.

O 3D
Hoje, com toda esta "falação" sobre James Cameron e seu filme em 3D ninguém parece lembrar de como ele (o cinema em 3 dimensões) era antes. Vou lembrar então. O espectador assistia ao filme com um óculos que normalmente eram de papelão e que possuía uma lente vermelha e a outra azul. Era quase difícil assistir ao filme, e o mais emocionante de tudo é que as pessoas não conseguiam ficar com esta maravilha no rosto, já que ela provocava dores de cabeça.
O que muita gente realmente não sabe é que Alfred Hitchcock fez um filme com esta tecnologia. o filme foi "Dique M Para Matar"(dial m for murder, 1955) e não gostando do resultado o 3D foi jogado de lado por muito tempo. Não existe mais nenhuma cópia deste filme em 3 dimensões. Mas hoje parece que esta tecnologia é a próxima inovação permanente a ser utilizada no cinema para que as próximas gerações tenham vontade de ir ao cinema apreciar uma obra cinematográfica.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Sexta Cinamatográfica: "Estranhos"

por: Yves São Paulo

"Estranhos" é mais um dos filmes que estão agitando o recente mercado cinematográfico baiano. Dirigido por Paulo Alcântara, este é um filme da nova era do cinema brasileiro, que agora é uma câmera na mão e uma indústria nas costas. O filme teve um orçamento inicial de 1,2 milhão. Para quem achava que a Bahia só teria cinema depois que o resto do país tivesse aqui está, depois de "Filhos de João, Admirável Mundo Novo Baiano", o trailer de "Estranhos" como prova do renascimento do cinema baiano.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Sexta Cinematográfica no Siga a Cena

por: Yves São Paulo

Pretendo, a partir desta sexta, publicar em todas as sextas-feiras um trailer ou curta-metragem aqui no blog com o título de "Sexta Cinematográfica". Para começar nada melhor do que o trailer do filme "Filhos de João, O Admirável Mundo Novo Baiano" de Henrique Dantas, do qual já foi citado anteriormente aqui no Siga a Cena. Espero que fique com vontade de assistir o filme(e que ele consiga ser exibido em todos os cinemas do país).

sábado, 23 de janeiro de 2010

O Inquilino de Alfred Hitchcock

por: Yves São Paulo

Um assassino que mata apenas mulheres loiras. É esta a história de "O Inquilino"(the lodger, 1927) um dos primeiros filmes do mestre do suspense. O longa-metragem, disponível em DVD no Brasil, mudo, de 79 minutos, é uma exibição de quem foi Hitchcock para o cinema.
Existe em Londres um assassino que tem preferência por matar mulheres loiras. Em momento algum ele aparece no filme (coisa que Steven Spielberg repetiu em "Encurralado" quase 40 anos depois). É quando aparece um rapaz misterioso na casa dos Bunting. A cena em que o jovem entra na casa é clássica. Primeiro ele está todo agasalhado, e com o rosto parcialmente coberto, a senhora Bunting fica assustada, então o rapaz retira o pano do rosto e pede o quarto de aluguel.

A filha dos Bunting é uma loira, o que os deixa assustados com a presença daquele estranho, mas logo ela faz amizade com o rapaz e ganha sua confiança acreditando que aquele jovem não é o Vingador, nome dado ao assassino. Só que a jovem é namorada de um detetive que desconfia do jovem e vai investigá-lo.

Não é uma trama complicada, nem exige de um alto orçamento, é algo que se encaixava perfeitamente no padrão do cinema mudo inglês. É este tipo de filme que deveria ser desenvolvido aqui, em um país onde os cineastas não conseguem dinheiro para suas produções, sendo que filmes de suspense muitas vezes tem boa bilheteria, por serem muitas vezes simples e inteligentes e em sua maioria exigem orçamentos não tão grandes, como a filmografia de Alfred Hitchcock.